sábado, 18 de julho de 2015

ANÁLISE GRUPO BRASIL - MUNDIAL JUNIOR.



Após 4 anos e uns trocados, o Brasil receberá mais um evento oficial da IHF. Não vamos relembrar as pataquadas, problemas e dívidas que tivemos/deixamos, mas de fato causamos uma péssima
impressão. E mais uma vez os problemas se repetem. Em 2011 o Mundial feminino teria como sede Santa Catarina. Novamente cogitou-se de realizar o evento no Sul do país, onde temos um handebol bastante difundido. Mas não se sabe porque alteraram a sede para Minas Gerais, (Uberlândia e Uberada).

Deixemos os bastidores de lado e vamos ao que interessa.

Já comentamos aqui que temos, inegavelmente, a melhor geração de todos os tempos no masculino. Garotos que reúnem todas as qualidades para alcançarmos de vez uma posição entre os melhores do esporte. Possuem muita técnica, garra e carisma. Adicionando um pouco de experiência e pés no chão, com certeza essa equipe irá longe.

Nossos jovens atletas não tem nenhuma missão impossível para essa primeira fase. Porém uma má campanha nos trará maiores dificuldades na próxima fase.




JAPÃO




Não possui tradição no esporte, pelo menos no masculino. Não se classificou para o mundial do 2013, na Bósnia e chega a esse com poucas chances de passar para a próxima rodada. Com 100% de seu time atuando em equipes universitárias, pelo menos no papel, não vejo porque não atropelarmos os nipônicos e tirar a "zica" da estreia.


NORUEGA 





Há tempos que a Noruega tenta alçar voos mais altos no masculino. Os noruegueses passam por um processo de renovação interminável que até agora não apresentou grandes resultados. Incrível, pois seus vizinhos nórdicos como Dinamarca e Suécia, são um dos bichos papões da modalidade. Se fossemos enfrenta-los no jogo de estreia, acharia bem complicado, mais pela tradição dos nórdicos e pelo nervosismo brasuca, do que pela qualidade técnica em si. Mas como será o segundo jogo, estou confiante. Mas, é sempre bom lembrar que a Noruega fez um bom europeu ano passado, batendo Espanha, terceira colocada. 


EGITO



Jogar contra escola africana é sempre complicado. Muito contato físico. Jogo pegado e as vezes desleal. Empatou no mundial passado com a Espanha, (vice campeã) em um jogo com 11 exclusões por dois minutos. Duríssimo! Talvez esse seja o jogo chave da primeira fase. 


URUGUAI 




Debutando em mundiais, nossos vizinhos não vem apenas pela festa. Essa geração uruguaia, assim como a do Brasil, é considerada a melhor safra de atletas da história. Fiquemos de olho no atleta Gabriel Caparro, que se recupera de lesão, mas que estará apto a enfrentar o Egito no jogo de estreia. Não devemos ter dificuldades de superá-los, haja visto que já os enfrentamos esse ano no Pan de Foz do Iguaçu e passamos o carro, (31 x 16). Podiam complicar a vida de Egito e Noruega, hein!!


ALEMANHA



O JOGO! Enfrentaremos nada mais nada menos que o atual campeão europeu da categoria. Isso mesmo. Em 2014 garantiram vaga ao mundial, batendo a atual campeã mundial Suécia, (26 a 24). Tem um técnico que dispensa apresentações. Campeão mundial em 2007 e vice campeão olímpico, Markus Baur tem a missão de colocar a Alemanha de vez no topo do mundo. Fiquemos de olho também no lateral esquerdo, camisa 15, Yves Kunkel. O cara é bruto. 
Porém, nem tudo são flores para os chucrutes. Seu principal jogador Paul Drux não esta na lista dos convocados. Meia esquerda do Fusche Berlin e titular no time adulto nacional, que disputou o mundial no Qatar, não aparecerá em terras mineiras. Pelo menos por enquanto.

Vamos com certeza nos classificar para a fase final, porém a grande pergunta é: em que posição? Em primeiro, melhor dos mundos. Em segundo, excelente também. Depois disso começa a ficar complicado, Cruzaremos com o grupo C, de França e Dinamarca, ou seja, se ficarmos em terceiro, a chance de pegar um dos dois já nas oitavas é enorme. 

Sei que time que quer ser campeão não escolhe adversário, mas é bom evitar a fadiga (já dizia Jaiminho, o carteiro). 

Vamos vencer todos os jogos e brigar com Alemanha pela primeira posição da chave. Confiante!!!!






segunda-feira, 13 de julho de 2015

1VS1 - HELINHO, TÉCNICO DOS JUNIORES ÀS VÉSPERAS DO MUNDIAL

Depois de um tempo ausente, a coluna 1VS1 está de volta!

Dessa vez, com um convidado mais que especial. Hélio Justino, o Helinho, ponta esquerda e capitão da Seleção masculina por muitos anos, inclusive em Jogos Olímpicos. Helinho se prepara para um enorme desafio: comandar a mais promissora geração da história do handebol brasileiro em um Mundial em casa.

Saiba mais sobre como o técnico da Seleção Brasileira Junior está preparando a equipe para a competição!



7M HANDEBOL TOTAL: Muita gente está falando que essa geração de atletas é a melhor da história do handebol brasileiro. Você concorda com isso? Como administrar essa tão elevada expectativa, ainda mais jogando um Mundial em casa?

HELINHO: Essa geração tem tido uma maior experiência em relação as outras Gerações, na idade deles tem alguns atletas que já participaram de 4 mundiais, nenhuma outra geração teve essa oportunidade. Por este motivo acredito que essa geração seja considerada  a melhor. Temos sim, uma geração com biótipo diferenciado em relação as outras gerações. O Brasil sempre teve bons atletas de  Handebol, o que faltou foram oportunidades. A Comissão Técnica e  em especial a Psicóloga já está trabalhando as questões que de alguma forma possam vir a atrapalhar o desempenho dos nossos atletas,  pois sabemos que a cobrança e a expectativa de um bom resultado será grande.

7M HANDEBOL TOTAL: Como você analisa o grupo do Brasil? A Alemanha é atual campeã européia da categoria. O outro adversário do velho continente é a Noruega, que terminou a competição continental em décimo. Qual é sua avaliação do grupo da primeira fase?

HELINHO: Fizemos uma boa escolha, era o que queríamos, tentar fazer uma oitava de final mais tranquila, porem sabemos que na prática as coisas são diferentes se a equipe não estiver focada, pode ser que não saia como o planejado. Pelo que acompanhamos do Europeu decidimos que não podemos pegar a Alemanha em uma oitava ou quartas de final.  O nosso jogo chave vai ser contra Noruega, para sabermos como vão ser as nossas pretensões no grupo.  A ideia é chegar no jogo contra Alemanha na disputa de primeiro do grupo. Como todo Mundial o caminho não vai ser fácil.

7M HANDEBOL TOTAL: Se fizermos as contas a atual Seleção Junior conta com dois jogadores atuando no handebol europeu (João e Zé Toledo),  e com mais cinco atletas já confirmados para a próxima temporada (Acácio, Léo, Rangel, Rogério e Gabriel Ceretta). Um bom desempenho do Brasil nesse Mundial Junior pode significar a ida de mais jogadores a Europa?

HELINHO: Sim! com certeza,  já temos alguns outros  em negociação. Essa também é uma preocupação da CT para que o individualismo não interfira  no objetivo do grupo.



7M HANDEBOL TOTAL: Você está no esporte há muitos anos. Consegue enxergar um crescente interesse da elite da modalidade no handebol masculino brasileiro? Em que sentido? Quais características dos nossos atletas chamam mais a atenção dos europeus?

HELINHO: Sim, com a padronização da nossa Seleção e o bom desempenho da equipe Adulta nas Competições, além de recebermos convites para participar de torneios internacionais, os Jogadores estão com uma maior visibilidade  e os atletas jovens tem um  baixo custo para os clubes Europeu dispondo da mesma qualidade. Temos habilidades e a capacidade de se adaptar mais fácil as situações de jogo.


7M HANDEBOL TOTAL: Durante o Pan-americano realizado em Foz, vimos uma equipe com um padrão tático defensivoa extremamente agressivo, com bastante profundidade entre as linhas, buscando sair em contra-ataque rápido. A estratégia foi bem efetiva. Ela será mantida no Mundial? Com adversários técnica e fisicamente mais fortes do que no Pan, provavelmente teremos que frear o jogo e explorar mais o ataque posicional. Como você está trabalhando esse lado?

HELINHO: Sim, O nosso sistema defensivo, funciona  melhor contra os Europeus, essa é a nossa vantagem e esperamos surpreender com isso. Mas não tenha duvida  que estamos sendo estudados tanto o quanto, pois os resultados que estamos obtendo com esse sistema, demonstra esse interesse. Temos também outros sistemas que, dependendo do momento, podem ser   utilizado. O nosso sistema ofensivo para defesa 6:0 está claro para os atletas. Já temos um padrão definido.





7M HANDEBOL TOTAL: Observando a convocação do grupo para o Mundial, vemos apenas dois pontas de ofício, um para cada extremo. Como você tomou essa decisão? Quais outros jogadores que podem cumprir essa função?  

HELINHO: Pensamos bastante no grupo: temos jogadores de primeira linha que podem cumprir essa função em determinado momento, priorizamos esses jogadores por  jogarem na segunda linha também e por questões defensivas. Na ponta esquerda o Léo, João e Gabriel e na ponta direita  o Ceretta, Gustavo e Panda.

7M HANDEBOL TOTAL: Vemos um padrão bastante grande entre os trabalhos das Seleções em todas as categorias. Como é feito esse planejamento?

HELINHO: O Jordi é responsável por essa padronização,   Ela  é feita primeiro nos acampamentos regionais, depois selecionamos para o acampamento Nacional, onde há um aprimoramento dos atletas que recebem todas as informações defensivas e ofensivas do jogo da Seleção.



7M HANDEBOL TOTAL: Não é muito comum vermos no handebol europeu (tanto clubes quanto seleções) uma proposta tática defensiva com linhas tão profundas e avançadas, como adotamos na Seleção. Porque isso ocorre? Você acha que esse ainda é um fator surpresa favorável para o Brasil?  

HELINHO: Por causa do biotipo de nossos jogadores houve uma necessidade de adotarmos uma profundidade defensiva maior que os Europeus. Algumas Seleções e Clubes Europeus já estão deixando de ser conservadores e adotando uma defesa com maior profundidade defensiva. Temos um 5:1 bem trabalhado e com boas oportunidades de surpreender as equipes por não ser o 5:1 tradicional.

7M HANDEBOL TOTAL: Você foi capitão da Seleção adulta durante muito anos. Como tenta passar a sua experiência para os jogadores mais velhos? Na sua opinião qual o papel do capitão em uma equipe de handebol?

HELINHO: Conversando e dando bons exemplos para os atletas, mostrando situações  atuais, dos jogos da nossa Seleção Adulta e deles mesmos. O Capitão tem que ter liderança e saber conduzir o grupo dentro e fora da quadra, o bom é que temos vários lideres nessa equipe, ou seja, temos mais de um Capitão.




Muito obrigado pela entrevista e boa sorte no Mundial!