Depois de um tempo
ausente, a coluna 1VS1 está de volta!
Dessa vez, com um
convidado mais que especial. Hélio Justino, o Helinho, ponta esquerda e
capitão da Seleção masculina por muitos anos, inclusive em Jogos Olímpicos. Helinho se prepara para um enorme desafio: comandar a mais
promissora geração da história do handebol brasileiro em um Mundial em casa.
Saiba mais sobre como o
técnico da Seleção Brasileira Junior está preparando a equipe para a competição!
7M HANDEBOL TOTAL: Muita gente
está falando que essa geração de atletas é a melhor da história do handebol
brasileiro. Você concorda com isso? Como administrar essa tão elevada
expectativa, ainda mais jogando um Mundial em casa?
HELINHO: Essa geração tem
tido uma maior experiência em relação as outras Gerações, na idade deles tem
alguns atletas que já participaram de 4 mundiais, nenhuma outra geração teve
essa oportunidade. Por este motivo acredito que essa geração seja
considerada a melhor. Temos sim, uma
geração com biótipo diferenciado em relação as outras gerações. O Brasil sempre
teve bons atletas de Handebol, o que
faltou foram oportunidades. A Comissão Técnica e em especial a Psicóloga já está trabalhando
as questões que de alguma forma possam vir a atrapalhar o desempenho dos nossos
atletas, pois sabemos que a cobrança e a
expectativa de um bom resultado será grande.
7M
HANDEBOL TOTAL: Como você analisa o grupo do Brasil? A Alemanha é
atual campeã européia da categoria. O outro adversário do velho continente é a
Noruega, que terminou a competição continental em décimo. Qual é sua avaliação
do grupo da primeira fase?
HELINHO: Fizemos uma boa
escolha, era o que queríamos, tentar fazer uma oitava de final mais tranquila, porem
sabemos que na prática as coisas são diferentes se a equipe não estiver focada,
pode ser que não saia como o planejado. Pelo que acompanhamos do Europeu
decidimos que não podemos pegar a Alemanha em uma oitava ou quartas de
final. O nosso jogo chave vai ser contra
Noruega, para sabermos como vão ser as nossas pretensões no grupo. A ideia é chegar no jogo contra Alemanha na
disputa de primeiro do grupo. Como todo Mundial o caminho não vai ser fácil.
7M HANDEBOL TOTAL: Se fizermos
as contas a atual Seleção Junior conta com dois jogadores atuando no
handebol europeu (João e Zé Toledo), e com mais cinco atletas já confirmados para a
próxima temporada (Acácio, Léo, Rangel, Rogério e Gabriel Ceretta). Um bom
desempenho do Brasil nesse Mundial Junior pode significar a ida de mais
jogadores a Europa?
HELINHO: Sim! com
certeza, já temos alguns outros em negociação. Essa também é uma preocupação
da CT para que o individualismo não interfira
no objetivo do grupo.
7M HANDEBOL TOTAL: Você está
no esporte há muitos anos. Consegue enxergar um crescente interesse da elite da
modalidade no handebol masculino brasileiro? Em que sentido? Quais
características dos nossos atletas chamam mais a atenção dos europeus?
HELINHO: Sim, com a padronização
da nossa Seleção e o bom desempenho da equipe Adulta nas Competições, além de
recebermos convites para participar de torneios internacionais, os Jogadores
estão com uma maior visibilidade e os
atletas jovens tem um baixo custo para
os clubes Europeu dispondo da mesma qualidade. Temos habilidades e a capacidade
de se adaptar mais fácil as situações de jogo.
7M HANDEBOL TOTAL: Durante o
Pan-americano realizado em Foz, vimos uma equipe com um padrão tático defensivoa extremamente agressivo, com bastante profundidade entre as linhas,
buscando sair em contra-ataque rápido. A estratégia foi bem efetiva. Ela será
mantida no Mundial? Com adversários técnica e fisicamente mais fortes do que no
Pan, provavelmente teremos que frear o jogo e explorar mais o ataque
posicional. Como você está trabalhando esse lado?
HELINHO: Sim, O nosso sistema
defensivo, funciona melhor contra os
Europeus, essa é a nossa vantagem e esperamos surpreender com isso. Mas não
tenha duvida que estamos sendo estudados
tanto o quanto, pois os resultados que estamos obtendo com esse sistema,
demonstra esse interesse. Temos também outros sistemas que, dependendo do
momento, podem ser utilizado. O nosso
sistema ofensivo para defesa 6:0 está claro para os atletas. Já temos um padrão
definido.
7M HANDEBOL TOTAL: Observando
a convocação do grupo para o Mundial, vemos apenas dois pontas de ofício, um
para cada extremo. Como você tomou essa decisão? Quais outros jogadores que
podem cumprir essa função?
HELINHO: Pensamos bastante no
grupo: temos jogadores de primeira linha que podem cumprir essa função em
determinado momento, priorizamos esses jogadores por jogarem na segunda linha também e por
questões defensivas. Na ponta esquerda o Léo, João e Gabriel e na ponta direita o Ceretta, Gustavo e Panda.
7M HANDEBOL TOTAL: Vemos um
padrão bastante grande entre os trabalhos das Seleções em todas as categorias.
Como é feito esse planejamento?
HELINHO: O Jordi é responsável
por essa padronização, Ela é feita primeiro nos acampamentos regionais,
depois selecionamos para o acampamento Nacional, onde há um aprimoramento dos
atletas que recebem todas as informações defensivas e ofensivas do jogo da
Seleção.
7M HANDEBOL TOTAL: Não é muito
comum vermos no handebol europeu (tanto clubes quanto seleções) uma proposta tática
defensiva com linhas tão profundas e avançadas, como adotamos na Seleção. Porque isso ocorre? Você acha que esse ainda é um fator surpresa favorável para o
Brasil?
HELINHO: Por causa do biotipo
de nossos jogadores houve uma necessidade de adotarmos uma profundidade
defensiva maior que os Europeus. Algumas Seleções e Clubes Europeus já estão
deixando de ser conservadores e adotando uma defesa com maior profundidade
defensiva. Temos um 5:1 bem trabalhado e com boas oportunidades de surpreender
as equipes por não ser o 5:1 tradicional.
7M HANDEBOL TOTAL: Você foi
capitão da Seleção adulta durante muito anos. Como tenta passar a sua
experiência para os jogadores mais velhos? Na sua opinião qual o papel do capitão
em uma equipe de handebol?
HELINHO: Conversando e dando bons
exemplos para os atletas, mostrando situações atuais, dos jogos da nossa Seleção Adulta e
deles mesmos. O Capitão tem que ter liderança e saber conduzir o grupo dentro e
fora da quadra, o bom é que temos vários lideres nessa equipe, ou seja, temos
mais de um Capitão.
Muito obrigado pela entrevista e boa sorte
no Mundial!