ÚLTIMO PASSO ANTES DE TORONTO E MUNDIAL JUNIOR

Com tantos acontecimentos recentes no mundo do handebol, ficamos devendo um comentário mais extenso sobre a convocação de Jordi Ribeira ao II Torneio Quatro Nações que acontecerá essa semana em João Pessoa com a participação de Cuba, Chile e Tunísia. 

Assim como o fantástico torneio na Polônia que fizemos, o treinador catalão convoca um total de 25 jogadores com a intenção de preparar duas equipes para competições diferentes, Mundial Junior e Panamericano de Toronto. 

Claramente a base da seleção júnior já está formada e se encontra bastante sólida. Infelizmente ou felizmente, pois é sempre bom ver um brazuca em competições importantes, não poderemos contar com Zé Toledo. O lateral participou do Final4 da Copa Del Rey com o Granollers, teve uma temporada extensa e merece o devido descanso para chegar inteiro ao Mundial. João é o ponto central assumindo responsabilidade de armar uma equipe com grande potencial físico. Como seu suplente, Acácio, o melhor jogador do último panamericano da categoria, deve utilizar essa fase como aprendizado na função de dirigir o time. Haniel após o torneio da Polônia assumiu a titularidade. O lateral foi convocado após confirmada a lesão de Valadão e fez uma grande competição, com muita personalidade. Leo deverá mostrar que está com bom nível de jogo, sua ida a São José foi bastante criticada, dificilmente terá uma qualidade de treinamento em seu novo clube como tinha no Pinheiros. 

A se destacar também a presença de Rangel Rosa, o novo goleiro do Villa Aranda, ainda com idade juvenil. Rangel tem grande margem de melhora e essa experiência na Europa, somada a integração com a seleção adulta, serão determinantes para o sucesso da seleção, no presente e no futuro. Com toda certeza os olhos do mundo do handebol estarão na equipe brasileira no Mundial Junior. A chamada geração de ouro espera fazer uma grade competição, alcançando pela primeira vez as semifinais e brigando por medalhas. Que bom seria se Jordi pudesse acompanhar esse Torneio. Na boca pequena, corre o boato que muitos atletas que integrarão esse time, partirão rumo a Europa na próxima temporada. 

Pelo lado adulto, temos a volta de nomes mais experientes que ficaram de fora na última convocatória. Diogo, Zeba e Vini, retornam a seleção com a expectativa e responsabilidade de mostrarem mais do que desempenharam no Qatar. Grande surpresa foi a chamada de Bruno Santana que, desde a passagem de Javier Garcia Cuesta, não vestia a camisa verde amarela. Com o nome de Bruno, Jordi dá um recado claro, quer jogadores que não sintam pressão em um Brasil e Argentina, possível final de Toronto. Nova chance também recebe Raul Nantes. O lateral mais uma vez está presente na lista de convocados, esperemos que aproveite a oportunidade agarrando com unhas e dentes. Seu potencial de finalizações em chutes de fora é inquestionável, a dura tarefa é adequá-lo ao sistema de jogo ofensivo e defensivo. Outra novidade é o aparecimento de Alemão na lista. A muito vinhamos cobrando o aparecimento de um segundo ponta esquerda que possa dar mais minutos de descanso a Borges. Carlito apareceu como uma possibilidade que no final não se confirmou, agora surge novamente o nome de Alemão que também pode aportar na função de avançado, o que será de extrema importância. 

Na porta de duas grandes competições Jordi da continuidade ao seu planejamento visando os Jogos Olímpicos, novamente integrando ambas categorias, júnior e adulto. O grande mérito, como já falamos diversas vezes, está sendo a padronização da filosofia de jogo e grupo, o que será de grande valor no futuro. Ótima preparação. Os jogos serão transmitidos pelo Sportv. Fique ligado!

TODOS OS CONVOCADOS:

oleiros: César Almeida "Bombom" (Asociación Deportiva Ciudad de Guadalajara-Espanha), Maik Santos (TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté-SP) e Rangel Rosa (ACE/Univali/FMEBC-SC). 

Armadores: Fernando Pacheco "Zeba" (TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté-SP), Gustavo Rodrigues (EC PInheiros-SP), Haniel Langaro (EC Pinheiros-SP), Leonardo  Santos "Léo" (EC PInheiros-SP), Oswaldo Guimarães (BM Villa de Aranda-Espanha), Raul Nantes (Tremblay em France Handball-França), Thiago Ponciano (Unimed/UEM/Maringá-SP) e Thiagus Petrus (Nathurhouse La Rioja-Espanha). 

Centrais: Acácio Moreira Filho (Metodista/São Bernardo/Besni-SP), Bruno Santana (EC Pinheiros-SP), Diogo Hubner (Metodista/São Bernardo/Besni-SP), Henrique Teixeira (TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté-SP) e João Pedro da Silva (Ademar León-Espanha).

Pontas: André Soares "Alemão" (TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté-SP), Cléber Andrade (TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté-SP), Fábio Chiuffa (Asociación Deportiva Ciudad de Guadalajara-Espanha), Felipe Borges (Montpellier Agglomeratión-França), Lucas Cândido (TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté-SP) e Rudolph Hackbarth (ADI/Slice/FMEL/Itajaí-SC).

Pivôs: Alexandro Pozzer "Tchê" (Asosiación Deportiva Ciudad de Guadalajara-Espanha), Rogério Ferreira (Vila Olímpica Manoel Tubino/FAB-RJ) e Vinícius Teixeira "Vini" (TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté-SP).

PÓS JOGO: BARCELONA vs VESZPRÉM

Chagada a grande hora, 15 grandes jogos até a final. Palco montado. Vinte mil pessoas em Colônia. Momento de superação, união, garra ... CORAÇÃO !!!!

Muito equilíbrio entre os times marcou essa temporada. Equipes como Vardar, Lowen e PSG,bem que poderiam estar entre os quatro finalistas. Mas definitivamente, as duas equipes mais cascudas chegaram a finalíssima da Champions League 2014/1015. 

De um lado o time húngaro do Veszprém, que com um ataque extremamente disciplinado, sabe exatamente ser ofensivo e até essa final, conseguiu facilmente transpor qualquer esquema defensivo. Do outro, o imbatível Barça, que chegou à essa final "com a obrigação de título", pois já estava batendo na trave há cinco anos e sofrendo derrotas duríssimas.

Apesar de vermos em quadra só craques, o jogo começou bem nervoso. O placar foi aberto apenas com quase três minutos de jogo, mostrando o quanto os times se respeitavam e o quanto o título era importante para ambos. Os holofotes estavam voltados para as grandes estrelas que diretamente se confrontariam em quadra. Karabatic vs Nagy e Lazarov vs Ilic. 

Pelo lado azul grená, Lazarov começou muito mal, não sei se estava machucado, mas logo foi sacado pelo técnico. O que foi uma decepção, pois esperava uma guerra entre ele e Ilic pela artilharia. Por outro lado, Karabatic ditou o ritmo da partida, no ataque e na defesa. Era preciso sempre dois para marca-lo, e mais um no bloqueio. Mesmo assim, caixa!! O cara é um monstro. Ilic e Nagy correspondiam à altura, Muito consistentes, chamaram a responsa. Enfiaram a bola debaixo do braço e gritaram "deixa com a gente". 

Até a metade do primeiro tempo, muito equilíbrio. Devagarinho, o elenco do Barça começou a fazer a diferença, Enquanto Gurbindo entrava bem na meia catalã, o alemão Zeitz entrou muito mal. Parecia também nervoso e começou a chutar de qualquer lugar. Seria ansiedade por jogar em seus domínios, diante sua torcida que sempre o aplaudiu? Aos poucos Barça foi se distanciando no placar e já no fim do primeiro tempo, estava cinco gols na frente.

Pelo andar da carruagem, era questão de tempo. A não ser que Alilovic começasse a pegar tudo, como fez contra o Kiel na semi, e do outro lado desse um apagão no Saric. Não foi o que vimos!! 

Um segundo tempo aguerrido (até de mais), mas a equipe espanhola mais tranquila e nitidamente merecedora de levantar o caneco, Partida impecável dos dois melhores pontas do torneio, Sigurdsson e Vitor Tomas, fizeram uma partida quase perfeita. 

Ninguém fala dele, coitado, mas tem um carinha que só entra para defender na base espanhola, Viran Moros. Aos que gostam de marcar, reparem em suas atuações. Senso de defesa, cobertura, bloqueio, deslocamento lateral, vazio ... o cara, ao lado do Karabatic, forma o melhor miolo de zaga do mundo. 

No fim do jogo, Carlos Ortega, até que tentou surpreender. Subiu individual no francês, (MVP do campeonato), abafou os pontas e gritou, "seja o que Deus quiser" ... 

Mas ai meus amigos, ele esqueceu de um central com jeito de bobo, chamado Raul Entrerrios. Quase nunca lhe dão crédito e difícil aparecer nos tops da posição, mas o cara é de uma inteligência fora do comum. Com trajetórias perfeitas e uma leitura de jogo excelente, conseguiu corrigir o ataque e com ótimas ações, garantiu o resultado.  

E Deus quis assim ... Fim de jogo, Barça conquista o título da Champios League pela nova vez. 

SELEÇÃO DA EHF CHAMPIONS LEAGUE 2014/2015

A temporada 2014/2015 da EHF Champions League foi inesquesível. Grande jogos, grandes batalhas e, como cereja do bolo, um FINAL 4 repleto de emoções.

A equipe do 7M Handebol Total elegeu a seleção da competição! Vejam os sete jogadores que formam a equipe ideal.

GOLEIRO – ROLAND MIKLER – É bem verdade que Mikler não teve um FINAL 4 feliz, sendo substituído por Alilovic ainda na semi final. Entretanto, seria uma grande injustiça deixa-lo de fora dos melhores do ano. Sua temporada foi em um nível incrível. Sua participação nas quartas de final contra o PSG foi decisiva para a inclusão de seu nome nessa lista.

PONTA ESQUERDA - GUDJON SIGUROSSON – Uma máquina de fazer gols. O islandês é a eficácia em pessoa e não brinca em serviço. Sua velocidade em contra-ataques é invejável. Pode não ter tantos recursos como Uwe Gensheimer, mas a segurança que passa em finalizar é inegável. Já havia chego várias vezes ao FINAL 4 e nunca havia conquistado o título. Merecido!

MEIA ESQUERDA – NIKOLA KARABATIC – O melhor, mais completo, decisivo e vitorioso jogador dos últimos 10 anos do handebol mundial. Ponto final.

CENTRAL – MIKEL HANSEN – Nas quartas de final contra o Veszprem simplesmente fez 28 gols em duas partidas disputadas em um intervalo de 4 dias. Jogou sozinho a série, para não falar pouco. Já pararam para imaginar em Hansen e Karabatic jogando juntos? Será que finalmente o Paris dará liga?

MEIA DIREITA – LASZLO NAGY – Grande líder e jogador. Imagino quantos pensamentos devem ter passado na mente de Nagy na partida final contra o Barcelona. O húngaro foi o único capitão oficial, não catalão, da história do Barça. Cria para ele e para todo o time, atleta que todo técnico gostaria de ter. Na final, fez gol até de direita!

PONTA DIREITA – VICTOR TOMÁS – A cara desse Barcelona campeão pela nona vez da Champions. Victor foi decisivo durante toda a temporada e inegavelmente nesse FINAL 4. 

PIVÔ – RENATO SULIC – Na defesa, bate na mãe, na irmã e na vovozinha. Uma marreta. Se destacou por ter melhorado bastante na parte ofensiva, tendo mais minutos em quadra nessa função. Se tornou um jogador completo, essencial para esse Veszprem vice campeão.

TÉCNICO – CARLOS ORTEGA – O espanhol montou um time que possui um jogo coletivo ofensivo absurdo. Cria situações fáceis de gol com ações simples, que não deixam de ser belas. Na defesa solidez e agressividade. Se os executivos do Veszprem ainda almejam ser campeões da Champions, a decisão inicial passa pela manutenção de Ortega no comando da equipe.