sexta-feira, 29 de maio de 2015

PRÉ JOGO: BARCELONA vs KIELCE

Reedição da semifinal de 2013, onde na ocasião o poderoso Barça seguiu vaga para a decisão por 5 bolas de vantagem, (28x23). De lá pra cá os times em si não sofreram muitas alterações, quase nada na verdade. A maior e relevante mudança, que infelizmente não entra em quadra, (na prática), foi a do técnico por parte do time polonês. O espanhol naturalizado Talant Dujshebaev, comanda desde a temporada passada a equipe do Kielce e não temos como não notar sua presença e participação ativa nas partidas. E na boa, se tem alguém que conhece bem o Barcelona e como derrotá-lo, esse cara é Talant. Jogou por muitos anos pela seleção espanhola e comandou o Atlético de Madrid, de Dinart e companhia até a temporada retrasada. Com certeza esse confronto deve tirar seu sono. 



Já que começamos pela lado amarelo, vamos falar um pouco do time e como ele deverá se comportar. Kielce chega à essa semi como favorito. "Nossa, ta louco?" Calma.... vamos aos números! 
O time polonês chegou da fase eliminatória como o único invicto do campeonato. Eliminou nas quartas o timaço do Vardar (que eu mesmo achei que não passaria), com muita consistência. Já o Barça perdeu fora de casa, na fase de classificação, para o Wisla Plock e penou para empatar com o KIF, também na fase de classificação. Além disso, sofreu menos gols na fase de classificação que o Barça, que por sua vez marcou mais. 



Apesar do histórico no campeonato, o time a ser batido hoje é o Barça. A responsabilidade de título é toda da equipe espanhola. Em 2013, era bem melhor que o Hamburgo e perdeu na final, Ano passado todos achávamos que atropelaria sobre o Flensburg e o que aconteceu? Perdeu a semi, no jogo do século. 

No papel, as apostas se voltam para a equipe azul grená. Não é pra menos, tem um verdadeiro esquadrão. Todos de suas posições concorrem a melhor jogador da temporada. Tem um ataque arrasador, Lazarov (99 gols), com com sua canhota potente, briga pela artilharia. Se da ao luxo de ter Rutenka, Perez de Vargas e Nodesbo no banco de reservas. Todos os suplentes, sem exceção, jogariam em qualquer time de ponta do mundo. Sem contar Karabatic, que vive com certeza, seu melhor momento na carreira. E ai, o que fazer para parar esse ataque fulminante?



Todo mundo no handebol fala: "O jogo se ganha na defesa." Nesse confronto acho que é justamente o contrario. Kielce já tem uma defesa que bate até na mãe, ops,,,na sombra, Na sombra da mãe!!! 

Muito difícil transpor essa defesa e quando isso acontece, O goleiro Szmal garante lá atras. Ou seja, Kielce, se quiser ao menos ter chances, precisa atacar muito bem. Usar bastante seu pivô e melhor do mundo, Aguinagalde, as bolas de fora de Bielecki tem que entrar e o raçudo Jurecki tem que permanecer em quadra, chamando o jogo pra si. Feito isso (fácil, né!), conseguirão neutralizar os contra ataques do Barça, com Sigurdsson e Vitor Tomas, fazendo com que ataquem no posicionado. Ai meu filho, é guerra. 

Conseguirá Kielce queimar a saída do monstro e ídolo Karabatic?








PRÉ JOGO: VESZPREM VS KIEL


O sorteio fez com que a semi-final de 2014 se repetisse esse ano, deixando todos com a expectativa nas alturas. Veszprem e Kiel se reencontram mais uma vez no último passo antes da grande decisão.

Na edição passada, o time de Carlos Ortega pecou por detalhes. Mirko Alilovic não performou como esperado e, a forte e pesada defesa húngara, falhou em deter as variações do ataque alemão.

Essa será justamente o maior embate que veremos em Colônia.

A equipe vermelha possui um sistema defensivo 6:0 extremamente agressivo. Schuch, Sulic e Nagy formam a base de uma retaguarda fisicamente diferenciada. Na variação para p 5:1, Ugalde faz um avançado perfeito, sendo um grande ladrão de bolas. O maior ganho dos hungáros foi de baixo das traves. Ronald Mikler, é o melhor goleiro da EHF Champions League até o momento. Foi fator predominante nas quartas contra o PSG. Se Mikler mantiver o nível da temporada,  o Veszprem tem grandes chances de chegarar a final.



Interessante será vermos o desempenho de Zeitz. O lateral foi “roubado” do rival Kiel nessa temporada, dando mais opções a Ortega, e mais minutos de descanso, principalmente a Nagy.

O Kiel, com sua enorme tradição, chega como único representante alemão na edição 2014/2015 do Final4 de Champions. Com certeza terá torcia a seu favor. Resta sabermos como a arbitragem, com o histórico de muitas vezes puxar a favor para o lado germânico, vai se comportar.




As Zebras possuem um arsenal ofensivo invejável, com uma verdadeira seleção mundial. Duvnjak, Cañellas, Jicha, Vujin, Weinhold e Palmarsson. O craque islandês fez uma primeira metade de temporada excepcional, fantástica, de enxer os olhos e especialistas falarem: “Temos um novo melhor do mundo”. Perto do Mundial do Qatar seu desempenho caiu bastante, fazendo com que seu país tivesse uma competição decepcionante na Copa do Mundo. De lá pra cá, não estamos vendo mais o mesmo Aron do final de 2014. Mesmo assim, impossível ignorar seu potencial ofensivo. O maior detalhe, ainda não mencionado, é que Palmarsson já tem acertada sua transferência para o próprio Veszprem no próximo ano! Qual será seu comportamento em quadra, contra seu futuro clube? Independente, em um dia bom, qualquer um dos centrais/laterais do Kiel podem levar o jogo nas costas.




Sem favoritos. É um jogo que tem tudo para entrar para a história. Poderia tranquilamente ser considerada a final antecipada, se do outro lado, não existisse uma equipe chamada Barcelona. 

segunda-feira, 4 de maio de 2015

BRASIL, MOSTRANDO SUA CARA !!

Brasil 25 x 24 Polônia. Primeiramente vamos desmistificar a vitória. Não foi um surpresa de outro mundo. Sabíamos que seria difícil, que seria um jogo duro, mas não seria impossível.



Dizer isso parece loucura, mas não é. Pelo trabalho construído por Jordi desde 2012 quando voltou a seleção, era questão de tempo vencermos uma equipe do primeiro escalão mundial. O handebol que o Brasil apresentou nesse torneio foi de encher os olhos. Esses 6 atletas juniores que estão servindo a seleção são verdadeiras promessas/realidades que devem ser esculpidas pelo Jordi com muita atenção e dedicação (isso ele sabe fazer: tirar o máximo do jogador). Ainda não contamos na final com Patrianova e Valadão ambos machucados. O Brasil está renovado desde o mundial realizado em janeiro deste ano no Qatar, ou seja, os mais velhos deram lugar aos mais novos, que para o bem da verdade, já estavam naquela época e hoje comprovaram mais uma vez que estão sobrando em quadra. A molecada já tem o DNA do handebol europeu na veia misturado com a criatividade brasileira e disso só podia dar coisa boa. 

O Brasil começou o jogo um pouco nervoso, cometendo erros técnicos. Isso proporcionou a Polônia contra-atacar, deixando os europeus em vantagem nos 5 minutos iniciais. Logo o esquadrão brazuca se recuperou e mostrou um ótimo volume de jogo.



Depois o que se viu foi um Brasil soberano na defesa, Maik no primeiro tempo e Rick no segundo tempo não foram excelentes, mas foram ótimos. E conseguiram parar o ataque polonês em momentos chaves, o que não deixou a diferença de gols crescer, nos mantendo no jogo. Maik mostrou o que todos já sabiam: não pode ficar de fora da seleção! A partir do meio do primeiro tempo o Brasil começou a impor um bom ritmo, com uma defesa forte e uma transição muito rápida. Destaque para Thiagus na base, simplesmente MONSTRO. Recuperou muitas bolas, conseguiu forçar erros de passe do ataque polonês sempre fazendo uma dissuasão precisa. Em nenhum momento dos 60 minutos de partida, os poloneses se sentiram confortáveis em atacar na agressiva defesa brasileira. A conexão com o pivô Syprzak foi a ação mais eficaz dos europeus.



Outro destaque foi o nosso central João que arregimentou as iniciativas de ataque e organizou o nosso jogo. Quando precisou fez muito bem o 1vs1 e mais uma vez foi autor de belas jogadas. Cabe aqui uma menção honrosa a dois jogadores que foram muito bem. Primeiro, Borges tanto na defesa quanto no ataque, mais precisamente nos contra ataques Borges conseguiu fazer gols muito importantes para o Brasil. Ainda precisamos encontrar seu substituto para não perdermos a intensidade no avançado. Segundo, Zé Toledo que encarou a defesa truculenta da Polônia com muita inteligência e em vários momentos do jogo o técnico polonês já não sabia mais o que fazer para marcá-lo.  Zé Toledo alternou bem o ritmo de seus arremessos, às vezes rápido na primeira passada, às vezes no segundo tempo ainda na fase área, usou diagonal, corredor e fez seus companheiros de quadra sobrarem atraindo muitas vezes a atenção para si, por conta disso acabou com 8 gols marcados. Henrique Teixeira também merece uma menção. Nessa “final” contra a Polônia, além da habitual tarefa defensiva, executou muito bem a função de central, dando minutos de respiro a João, sem perder o nível.



O que se viu do Brasil em todo torneio e em especial na final foi uma equipe que não desesperou mesmo nos momentos em que estava desvantagem, seja no placar, ou com jogadores a menos. Soubermos jogar os minutos finais que definem uma partida. Estamos ganhando competitividade. Um pouco do que nos faltou contra a Eslovênia, jogo chave no Mundial do Qatar. Conseguimos em todos os jogos e, em especial na final, tirar cada gol de vantagem quando preciso ou manter os gols para ficar na frente. Vimos nessa equipe uma boa maturidade, com margem de evolução, o que é ainda mais promissor. Ganhar da Polônia em casa com toda a pressão que estava no ginásio (6 mil pessoas!) não é pouco. Apenas para lembrar o time polonês ficou em 3o. Lugar no último Mundial, após bater a Espanha por 1 gol na disputa de 3º lugar. É um time forte e que está junto há anos, com craques espalhados pelos principais times do mundo, além de conta com 1 time, o Kielce, no Final Four deste ano.



Mais um passo dado nesse excelente planejamento comandado por Jordi Ribera e executado por toda comissão técnica e jogadores. Nós do 7M Handebol Total assumimos uma posição bastante crítica porque queremos que o handebol cresça. Na área de seleções, inegavelmente estamos em franca evolução, seja na base, quanto na adulta. Temos mais acampamentos, mais fases de treinamento, padrão entre as categorias, competições internacionais. O tão prometido centro de treinamento em SBC irá sair, o que deverá ajudar. O desafio é, como refletir essa crescente das nossas seleções nos campeonatos nacionais e na popularização da modalidade?