segunda-feira, 4 de maio de 2015

BRASIL, MOSTRANDO SUA CARA !!

Brasil 25 x 24 Polônia. Primeiramente vamos desmistificar a vitória. Não foi um surpresa de outro mundo. Sabíamos que seria difícil, que seria um jogo duro, mas não seria impossível.



Dizer isso parece loucura, mas não é. Pelo trabalho construído por Jordi desde 2012 quando voltou a seleção, era questão de tempo vencermos uma equipe do primeiro escalão mundial. O handebol que o Brasil apresentou nesse torneio foi de encher os olhos. Esses 6 atletas juniores que estão servindo a seleção são verdadeiras promessas/realidades que devem ser esculpidas pelo Jordi com muita atenção e dedicação (isso ele sabe fazer: tirar o máximo do jogador). Ainda não contamos na final com Patrianova e Valadão ambos machucados. O Brasil está renovado desde o mundial realizado em janeiro deste ano no Qatar, ou seja, os mais velhos deram lugar aos mais novos, que para o bem da verdade, já estavam naquela época e hoje comprovaram mais uma vez que estão sobrando em quadra. A molecada já tem o DNA do handebol europeu na veia misturado com a criatividade brasileira e disso só podia dar coisa boa. 

O Brasil começou o jogo um pouco nervoso, cometendo erros técnicos. Isso proporcionou a Polônia contra-atacar, deixando os europeus em vantagem nos 5 minutos iniciais. Logo o esquadrão brazuca se recuperou e mostrou um ótimo volume de jogo.



Depois o que se viu foi um Brasil soberano na defesa, Maik no primeiro tempo e Rick no segundo tempo não foram excelentes, mas foram ótimos. E conseguiram parar o ataque polonês em momentos chaves, o que não deixou a diferença de gols crescer, nos mantendo no jogo. Maik mostrou o que todos já sabiam: não pode ficar de fora da seleção! A partir do meio do primeiro tempo o Brasil começou a impor um bom ritmo, com uma defesa forte e uma transição muito rápida. Destaque para Thiagus na base, simplesmente MONSTRO. Recuperou muitas bolas, conseguiu forçar erros de passe do ataque polonês sempre fazendo uma dissuasão precisa. Em nenhum momento dos 60 minutos de partida, os poloneses se sentiram confortáveis em atacar na agressiva defesa brasileira. A conexão com o pivô Syprzak foi a ação mais eficaz dos europeus.



Outro destaque foi o nosso central João que arregimentou as iniciativas de ataque e organizou o nosso jogo. Quando precisou fez muito bem o 1vs1 e mais uma vez foi autor de belas jogadas. Cabe aqui uma menção honrosa a dois jogadores que foram muito bem. Primeiro, Borges tanto na defesa quanto no ataque, mais precisamente nos contra ataques Borges conseguiu fazer gols muito importantes para o Brasil. Ainda precisamos encontrar seu substituto para não perdermos a intensidade no avançado. Segundo, Zé Toledo que encarou a defesa truculenta da Polônia com muita inteligência e em vários momentos do jogo o técnico polonês já não sabia mais o que fazer para marcá-lo.  Zé Toledo alternou bem o ritmo de seus arremessos, às vezes rápido na primeira passada, às vezes no segundo tempo ainda na fase área, usou diagonal, corredor e fez seus companheiros de quadra sobrarem atraindo muitas vezes a atenção para si, por conta disso acabou com 8 gols marcados. Henrique Teixeira também merece uma menção. Nessa “final” contra a Polônia, além da habitual tarefa defensiva, executou muito bem a função de central, dando minutos de respiro a João, sem perder o nível.



O que se viu do Brasil em todo torneio e em especial na final foi uma equipe que não desesperou mesmo nos momentos em que estava desvantagem, seja no placar, ou com jogadores a menos. Soubermos jogar os minutos finais que definem uma partida. Estamos ganhando competitividade. Um pouco do que nos faltou contra a Eslovênia, jogo chave no Mundial do Qatar. Conseguimos em todos os jogos e, em especial na final, tirar cada gol de vantagem quando preciso ou manter os gols para ficar na frente. Vimos nessa equipe uma boa maturidade, com margem de evolução, o que é ainda mais promissor. Ganhar da Polônia em casa com toda a pressão que estava no ginásio (6 mil pessoas!) não é pouco. Apenas para lembrar o time polonês ficou em 3o. Lugar no último Mundial, após bater a Espanha por 1 gol na disputa de 3º lugar. É um time forte e que está junto há anos, com craques espalhados pelos principais times do mundo, além de conta com 1 time, o Kielce, no Final Four deste ano.



Mais um passo dado nesse excelente planejamento comandado por Jordi Ribera e executado por toda comissão técnica e jogadores. Nós do 7M Handebol Total assumimos uma posição bastante crítica porque queremos que o handebol cresça. Na área de seleções, inegavelmente estamos em franca evolução, seja na base, quanto na adulta. Temos mais acampamentos, mais fases de treinamento, padrão entre as categorias, competições internacionais. O tão prometido centro de treinamento em SBC irá sair, o que deverá ajudar. O desafio é, como refletir essa crescente das nossas seleções nos campeonatos nacionais e na popularização da modalidade?

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